sábado, 10 de maio de 2008

"O Circo" (por Fernanda Cury)


Por circunstâncias que não posso aqui revelar, ganhei um convite para assistir ao espetáculo "Alegria", da trupe Cirque-du-Soleil, no dia 30 de abril. Depois de passar uma hora e quarenta minutos no caótico trânsito de São Paulo (era véspera de feriado), comecei a acreditar que tratara-se de um presente de grego. Acho que, mais dia, menos dia, não conseguiremos mais sair de carro pelas rua. Teremos que andar apenas a pé (é o que tento fazer, sempre que possível).

Mas o que dizer acerca desse show que, embora caríssimo, atrai tanta e tanta gente? Não posso negar de que se trata de uma "super produção", muito envolvente pelo figurino, pelo cenário, pela música, pela estrutura e, evidentemente, pela atuação de artistas, que devem ter ensaido exaustivamente para apresentar números com tanta precisão.

Quando o palco vira uma cama elástica, os artistas, todos eles vestidos com um macacão colante, apresentam uma coreografia em total sintonia, com pulos, vôos, cambalhotas, mortais... Fico imaginando quanto tempo não se dedicaram a esse número, sem qualquer vacilo...

Depois, ao som de uma belíssima música italiana, uma trapezista se apresenta, com seus movimentos ultra-delicados (mas especialmente arriscados), roubando suspiros e aplausos do público, que delira... Da mesma forma, no número do "elástico", um bailarino parece flutuar sob o espaço, mostrando uma leveza e uma flexibilidade ímpares, envolvido por uma canção francesa...

Aqueles que se equilibram sob as barras (parecidas com aquelas da ginástica olímpica, mas seguradas e suportadas pelos próprios artistas), também mostram perfeição de movimentos e acrobacias. Quem sabe, não são eles chamados para as próximas olimpíadas?

Depois de tantas revelações, não posso negar que valeu a pena passar tanto tempo no tráfego paulistanos... Tudo para poder mergulhar, por quase três horinhas, na magia do mundo circense...
Mas, por outro lado, devo confessar que achei os palhaços, que imitavam dois bebês e se insultavam feio duas crianças ("Feio! Bobo! Chato!), com seus números tolos e intermináveis, tornaram-se ultra-cansativos. Embora tivessem que existir, haja vista a enorme quantidade de crianças assistindo ao espetáculo, que riam de qualquer movimento desses artistas, acredito que suas apresentações poderiam ser "meteóricas", pois se tornariam suportáveis.

De qualquer forma, o saldo foi positivo... Principalmente como foi: sem pagar um tostão...

Nenhum comentário: