sábado, 25 de outubro de 2008

EXPOSIÇÃO DE MOTOS CLÁSSICAS NO PÁTEO DO COLÉGIO (por cacau)


































































"As motos surgiram como opção bélica"

No dia 6 de julho, o Pateo do Colégio, local de fundação da cidade de São Paulo, recebeu a exposição destas motos que fazem parte do 5º Encontro Moto e Cia Classics.
Para participar da exposição as motos deveriam ter sido fabricadas anteriormente ao ano de 1979.
Tive a oprtunidade de entrevistar o mecânico especializado nessas raridades Lonello Palaia que além de mecânico é também museólogo
.Leonello é mecânico de motos, formado pelo CETEP em 1998, mecãnico DIESEL formado pelo SENAI.Já trabalhou em muitas oficinas e atualmente tem uma oficina própria especializada em OLD BIKES japonesas.Nasceu em Curitiba, PR.E apaixonado por motos já rodou pelas pistas mundo afora.
Num passeio por entre as centenas de motos Leonello foi me mostrando algumas motos e explicando num breve resumo como surgiram e o desenvolvimentos das motos na história.

As motos surgiram como opção bélica, mais silenciosas e menos problemáticas que os cavalos.

Os primeiros "pilotos" da história foram os soldados europeus e e americanos..

os ingleses deram o boom inicial, era o país que mais fabricou motos na europa.

Durante as grandes guerras, os governos dos países em conflito foram os maiores compradores.

Grandes licitações e motos padronizadas para resistir a todo gênero de intempérie.

A população comum também era estimulada a usar este tipo de veículo econômico, o chamado esforço de guerra.
Logo após o conflito as fábricas se voltam para um novo perfil de comprador, a assalariado que precisa de um veículo barato e econômico.

Isto se estende para os carros também, na Europa.

Os fabricantes europeus dominavam as pistas e as pequenas motos chegavam aos montes e estes antigos soldados ensinaram os demais a pilotar estas motos.

Os italianos da Piaggio lançam uma pequena Sccoter chamada "Vespa", que chega no Brasil pelos importadores de SP, descendentes de italianos....

A Monark do Brasil traz a pequena JAWA, de òtimo acabamento e barata.

Soldados americanos podiam comprar a sua Harley desmilitarizada por 60 dólares....

Desta generosa oferta surgem as primeiras gangues de motoqueiros, homens brancos do meio oeste pobre traumatizados pela guerra, foram à Europa para matar crianças...

Surge nos anos 50 o primeiro fabricante de motos no Japão, uma tal de HONDA, que em 1951 se inscrve no primeiro mundial de 125cc. Foi muito humilhado pelos concorrentes europeus, pobre japonês...

Dez anos depois ele abocanhou quase todos os títulos até 350cc....

Nesta mesma década duas fabricas japonesas surgem em cena, uma é MEGURA, nome fantasia da Kawasaki e a YAMAHA.

Os italianos fazem as melhores, mais velozes e sofisticadas motos, dominaram as pistas até meandros dos anos 70.

Anos 60 os japoneses invadem, os mercados pelo mundo afora.

Fazem motos mais baratas, mais sofisticadas e confortáveis.

Fàbricas européias começam a reagir, mas não conseguem, muitas entram em falência, principalmente as obsoletas inglesas.

Com o advento da contra cultura, bikers americanos são marginalizados, envolvidos com drogas, crimes, mortes e são duramente reprimidos, declínio do status da Harley Davidson.

Em 1969, a HONDA lança a CB750 FOUR (Minha moto!!!!!) e revoluciona o mercado.

Fábricas européias quebradas, somente os italianos sobrevivem.

Os quatro fabricantes japoneses HONDA, SUZUKI, YAMAHA e KAWASAKI. Os chamados "Big fours" se consolidam como maiores potências no ramo. Somente uma fábrica inglesa sobrevive ao avanço japonês, a TRIUNPH, porque um grupo de capitalistas tirou o processo de falência das mãos da Ministra M. Tatcher.

Harley quase falida controlada pelos italianos.A ùnica fábrica americana que sobreviveu.

Contra ataque europeu, com motos mais modernizadas e preços mais competitivos.

Chega em 1975 o primeiro fabricante de motos no Brasil, a Yamaha, que lança um modelo de 50cc.

A Honda chega no Brasil em 1971 como importadora, abre a sua fábrica em 1976 em Manaus.

Em 1976 o governo militar proíbe a importação de qualquer veículo importado.

Surge então a cultura da moto 125, de 125cc e barata. Que domina até hoje as ruas do Brasil

Em 1991 o presidente Fernando Collor derruba o decreto proibitivo de 1976. Voltam as motos importadas.

A Honda do Brasil é o maior fabricantes de motos das américas. Já exporta há décadas.

Anos 90 países como China começam a comprar o Know-how japonês, defasado para as rigorosas normas anti-poluição do primeiro mundo.

Hoje é o país que mais produz motores de moto no mundo. Exporta para o Brasil.

A moto de 125cc surge como opção geradora de emprego. O moto boy.

A Harley se reergueu das cinzas, e sob um forte esquema de marketing, faz parte do sonho de consumo das novas gerações, graças a imagem que quase a faliu! Mundo estranho...

E hoje domina o império italiano, é controladora da CAGIVA, um conglomerado que é dono de muitas fábricas.

Nas fotos algumas das motos la expostas eu e o amigo Leonello a quem agradeço a paciência de me dar essa verdadeira aula de história.




Um comentário:

Thaisa Górniak disse...

Oi meninas, bom dia!
Preciso do email de vocês para manter contato profissional!
Se possível, me mandem no endereço thaisa.gorniak@bm.com, um telefone para o follow e um endereço físico para que eu possa enviar um convite de um evento.
Agradeço desde já!
beijos!