domingo, 5 de outubro de 2008

"A alma imoral" (por Fernanda Cury)

Embora muita gente freqüente a Livraria Cultura, do Conjunto Nacional (Paulista), pouca gente se dá conta de que ela abriga também um teatro. E mais que isso, a peça atualmente em cartaz é um convite à reflexão.
"A Alma Imoral" é uma adaptação que a atriz Clarice Niskier realizou para o livro de Nilton Bonder, um best-seller que alguns afirmariam tratar-se de um livro de auto-ajuda. Confesso não conhecer a obra de Bonder, mas posso afirmar que o monólogo de Clarice fica longe de ser assim rotulado, pois é uma "reescrita" que não traz fórmulas prontas, mas nos faz repensar, questionar nossas crenças e nossos valores.
Clarice se apresenta como uma "judia budista", mostrando que, apesar de acreditarem que isso é impossível, essa condição é perfeitamente viável, não havendo impedimento algum para que isso aconteça.
Engenhosamente, discute o que é moral e imoral, o que é certo e errado, usando textos bíblicos e filosóficos, fazendo-nos compreender que, às vezes, o certo é errado, e o errado, certo, ou que o imoral é moral e a moral, imoral.
Talvez você esteja pensando que isso pode dar um nó na sua cabeça... E pode mesmo... Mas não se preocupe... Já no início da peça, Clarice deixa claro que, se precisar, basta que você repita um trecho daquilo que foi apresentado e ela o repete... Assim, se você se perder no emaranhado de seus pensamentos, poderá retomar de onde parou...
De qualquer forma, identifiquei-me muito com as falas de Clarice, que trouxe à tona, muitos dos questionamentos que já habitaram minha alma e, em alguns momentos, confesso, até mesmo chorei, não conseguindo conter minhas emoções.
Assistam! Vale muito à pena, porque acrescenta...

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